Sustentabilidade e Tecnologia: inimigos ou aliados?
O crescente desenvolvimento
tecnológico resultou em um grande problema ambiental: o lixo eletrônico.
Dados do relatório da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento
Industrial), de 2013, mostram que o Brasil produz, em média, 1 milhão de
toneladas de resíduos tecnológicos por ano.
Quanto mais
aparelhos eletrônicos disponíveis, maior será o consumo de energia
elétrica. Apenas em 2013 o Brasil teve um crescimento de 3,5% no uso de
eletricidade, de acordo com pesquisa da Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. Foram 463,7 mil
gigawatts-hora (GWh), puxados pelo consumo residencial (aumento de
6,1%).
Os números reforçam o caráter de vilã que a tecnologia tem
quando o assunto é meio ambiente. Afinal de contas, o desenvolvimento
da área fez crescer a quantidade de poluentes emitidos pela sociedade,
resultando em mais agressão contra a natureza. É importante ter
consciência de que todas as soluções tecnológicas também são agentes de
poluição.
Porém, com o bom uso, os mesmos dispositivos que
agridem o planeta também podem contribuir para práticas sustentáveis. A
tendência é conhecida como “TI Verde” e consiste no desenvolvimento de
tecnologia que contribui para evitar o desperdício de materiais e
diminuir o consumo de energia elétrica.
O conceito permite uma
melhor conscientização das pessoas acerca do tema. Com uma conectividade
cada vez maior, mais ferramentas são criadas para mostrar soluções
sustentáveis que podem ser adotadas por todos. Estimulada no ambiente
corporativo, a prática de TI Verde ainda é tímida no residencial.
São
ideias simples, mas eficazes. A troca de lâmpadas incandescentes pelas
de LED economiza energia elétrica. Criar instalações que interrompem o
fluxo de energia para carregadores de celulares quando o dispositivo
estiver com a bateria cheia e, até mesmo, a aquisição de produtos com o
selo de eficiência energética também ajuda. Informar-se sobre o
descarte correto de equipamentos tecnológicos pode ser muito útil, já
que muitos possuem materiais tóxicos, como as baterias de celulares e
notebooks. Algumas cidades brasileiras já implantaram centros de
resíduos com o objetivo de realizar uma reciclagem adequada. Estes
espaços devem se ampliar tal qual o mercado de dispositivos
tecnológicos.
Se a tecnologia será a vilã ou aliada para um mundo melhor, só os usuários conseguirão responder.
Por Cecília Vick*

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